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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Osamu Tezuka – O Pai do Mangá

Grande Desenhistas do Mundo será diferente desta vez, contará, assim como Grandes Desenhistas Brasileiros, um pouco da história do profissional. Neste caso, do pai do mangá moderno, o homem responsável pelos olhos grandes e cabelos pouco tradicionais que vemos em praticamente todo anime: Osamu Tezuka.
                     
Desde cedo inspirado pelo pai (que possuía um retroprojetor onde o filho assistia desenhos de época) e pela mãe (que o levava a apresentações teatrais), o desenhista trouxe esperança para um Japão pessimista pós-guerra e tornou-se um ícone não apenas para seus leitores, mas para toda uma nação, ganhando um museu sobre si e suas obras e inúmeras homenagens que seguem até hoje, mesmo após sua morte.
Os mais de 400 volumes e 80 mil páginas publicadas são tidos por todo mangáka como referencia.



História:

Nascido na cidade de Osaka em 1926 e filho de uma família de classe média, desde cedo Tezuka tendeu ao desenho, e aos 13 anos, inspirado pelos trabalhos de Walt Disney e filmes de Chaplin (a ambição inicial sua era ser animador), ele criava suas primeiras histórias cômicas para os amigos.
Alguns anos mais tarde, um fator foi de grande importância para a vida e sucesso de Tezuka, a guerra e derrota do Japão. Durante esta fase, o desenhista perdeu amigos, fazendo com que ele quisesse ajudar as pessoas de alguma forma. Com este pensamento, em 1947, ele ingressa na faculdade de medicina, mas logo passa a criar suas primeiras histórias para um jornal (sempre visando passar certo otimismo para aqueles tempos difíceis, utilizando para isso fantasia e alegria). Foi também neste ano que lançou seu primeiro sucesso: “Shin Takarajima” (“A Nova Ilha do Tesouro”), que na verdade era um Story Board com balões, possuindo cenas a estilo cinematográfico, algo utilizado até hoje por mangakás. O sucesso vendeu 500 mil cópias.
Na década de 60, surgiram seus maiores sucessos, A Princesa e o Cavaleiro, Kimba, Astro Boy e outros. Aproveitando o sucesso, finalmente chegou ao que queria: fundou a Mushi Production e passou a produzir animação, usando “limited animation”, que visa o mínimo de quadros possíveis (devido aos difíceis recursos).
Um grande pioneiro na animação japonesa, Tezuka foi responsável por várias realizações: em 63, “Tetsuwan Atomu” (Astro Boy), foi ao ar, sendo considerado o primeiro anime e conseguindo 40% da audiência em sua estréia; no ano seguinte, fechou contrato com uma empresa norte americana, exportando sua animação; e em 65, lançou o primeiro anime em cores (vale ressaltar que apesar de levar todas estas considerações, havia outras animações japonesas saindo na época).
No começo dos anos 70, Tezuka passou a produzir roteiros e longas de animação, época na qual surgiram seus animes de teor adulto (sendo Cleópatra o mais conhecido). Em 1973, seu estúdio faliu, assim passou a dedicar-se ao mangá, e cinco anos depois, fundou a Tezuka Production, a qual existe ainda hoje. No fim da década, viajou o mundo conhecendo desenhistas e artes da época (quando se tornou grande amigo de Mauricio de Souza).
A carreira consagrada de Tezuka estava firme em 80, quando recebia prêmios por todo o mundo, e mesmo que o mercado da animação já não estivesse tão presente para o desenhista como há alguns anos, seus mangás continuavam com seu brilhantismo.
Em 1989, o homem que trouxe questões éticas entre robôs e humanos, desenhos de teor adulto e dramas de vida como morte, mesmo em histórias infantis ou cômicas; deixa de viver. Mesmo nos últimos dias de vida, numa cama de hospital, ainda ajudava companheiros do estúdio.
Um homem que acreditava em um futuro de pessoas que não julgariam por raça, religião ou pensamento. Um mundo de respeito entre pessoas, ambiente e animais. Esse foi Tezuka.










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